A alienação parental, prevista na Lei nº 12318/2010, é uma campanha de desqualificação realizada por um genitor contra o outro genitor, de forma que a criança seja induzida a não mais gostar daquele pai ou mãe.
E ela pode ocorrer de diversa formas, seja com falas depreciativas sobre o outro genitor; concorrência por afeto (você ama mais o papai ou a mamãe?); reações desesperadas e exageradas alegando para a criança que sofrerá muito quando ela estivar na casa do pai ou da mãe (se você for para a casa do papai/mamãe eu vou morrer…”); mudanças de endereço sem avisar o genitor não guardião; impedir que o outro genitor veja o filho, e tantos outras situações que poderíamos aqui narrar.
Mas, o que gostaríamos de trazer aqui hoje é que quando detectada a alienação parental, TODA A FAMÍLIA PRECISA DE AJUDA! Inclusive e principalmente o genitor alienador, visto que se ele não for tratado em seu desequilíbrio, os atos continuarão.
Ocorre que os genitores que cometem atos de alienação parental não sã capazes de mensurar as terríveis consequências que essas campanhas difamatórias podem gerar no filho.
Quando no escritório nos deparamos com casos assim, o primeiro passo é tentar compreender o motivo que levam aquele genitor/genitora a praticar essa maldade e, geralmente, a resposta está na incapacidade de lidar com o fim do relacionamento, seja por mágoas, ego, orgulho ou imaturidade emocional.
Assim, é papel do advogado ajudar a família em desajuste, pois todo advogado deve proteger, de forma absoluta, os direitos de crianças e adolescentes, pois somos nós, advogados, que temos o primeiro contato com a família que sofre por conta da alienação parental.
E essa proteção começa com a indicação de profissionais que possam atender a família toda (psicólogos, psiquiatras, terapeutas etc.), para que seja possível barrar os atos de alienação e, assim, minimizar os efeitos drásticos que tais atos causam na psique de uma criança.
Não podemos fechar os olhos para essa grave violência psicológica contra as crianças e adolescentes.
Não podemos desistir das crianças e adolescentes que sofrem esses terríveis abusos, muitas vezes, de forma silenciosa, dentro do local mais íntimo das famílias, e por isso mesmo, de difícil detecção: o LAR.
A alienação parental afronta direta e cruelmente o saudável desenvolvimento da convivência familiar e deve ser combatida por toda a sociedade, pois criança precisa do pai e da mãe presentes em suas vidas para crescer saudável e feliz.